“Queremos levar o Basquetebol Master a todo o país”

Falamos da Liga Master, coordenada por Rui Mourinho, alvo de entrevista por parte da FPB.

Depois do sucesso obtido no ano passado com a Liga Master, espera repetir a receita este ano? 

Não vamos fazer grandes alterações a nível da organização, o modelo foi sendo testado e aperfeiçoado ao longo das várias edições. Lembro que já tínhamos organizado duas com a APBM, funciona bem, pelo que esperamos obter o mesmo sucesso. A novidade desta Liga em relação à anterior é no modelo competitivo, em que por termos mais tempo terá a 1.ª volta a duas mãos, seguindo-se playoff e fase final. Infelizmente, a Sanjoanense, por várias razões, não conseguiu reunir um número de atletas suficiente para garantir uma participação condigna e optaram por não se inscrever, mas não desistiram do projeto Master, sei que estão a trabalhar para regressar já na próxima edição.

Grande parte dos clubes mais representativos da AB Aveiro encontram-se na prova. Quais são os principais fatores que ditam tal adesão?

A adesão acontece de forma natural, foi no Distrito de Aveiro que começou o movimento Master, há muitos clubes com fortes tradições no Basquetebol, há muitos ex-jogadores apaixonados pela modalidade e a proximidade geográfica permitiu capitalizar esta paixão, bem como as relações de amizade criadas ao longo de décadas. Tenho a certeza de que a Sanjoanense vai regressar na próxima edição e os contactos que estabeleci dão-me esperança de que a Ovarense e o Sangalhos se juntem a nós também, se possível, na próxima época.

Ficaram na retina de todos as enchentes verificadas em vários pavilhões no ano anterior. Esperava tamanho acompanhamento dos adeptos?

Esperava, porque esse é um objetivo bem definido desde que iniciámos este caminho. Os horários dos jogos são condicionados, a sua frequência e número por fim de semana são pensados, envolvemos toda a gente na sua divulgação e promovemos a comparência das famílias e dos amigos dos jogadores. Temos também a atenção dos amantes da modalidade, que têm um carinho especial por este escalão, porque se identificam e conhecem os intervenientes. Procuramos que seja apelativo e que as pessoas tenham bons motivos para voltar, por exemplo, no final dos jogos, independentemente das incidências que possam ter acontecido, celebramos em conjunto esta paixão e tiramos uma foto com todos os intervenientes, o que é um momento único de união e desportivismo, muito apreciado por quem gosta de desporto e está farto de lhe ver guerras associadas.

Não houve a hipótese de envolver clubes de outras zonas? Será possível dar esse passo?

Houve muitos contactos e esse é o nosso grande objetivo, dar os próximos passos e levar o Basquetebol Master a todo o país. Sabemos da existência de muitos grupos/equipas, mais ou menos ligados e integrados em clubes, falámos e vamos continuar a falar com os seus representantes e com os clubes históricos do Basquetebol português, que são à partida os que reúnem mais condições para aderir a este projeto. Mas não é possível fazer um campeonato puro, aberto a equipas de todo o país, pois teria custos financeiros incomportáveis para as equipas e provocaria, pelo tempo que as viagens tomariam aos jogadores, desequilíbrios na família, cujo apoio é fundamental para a assiduidade aos treinos e jogos. O modelo de desenvolvimento passa por várias fases distritais e/ou zonais, terminando em fase final nacional. Estamos a trabalhar nesse sentido, procurando por um lado equipas dos Distritos vizinhos de Aveiro que se juntem às existentes e, por outro, que possa surgir a Sul uma fase distrital ou zonal, nomeadamente com as equipas de Lisboa e Setúbal. Tem sido um processo mais demorado do que gostaríamos, é necessário ultrapassar muitos preconceitos e alguma inércia de pessoas com responsabilidades no nosso basquetebol, mas vamos conseguir!