Quinta dos Lombos é campeão nacional

Foi o 1º título de campeão nacional da Liga Feminina, a coroar uma época de grande evidència, pois este foi o 3º troféu ganho esta temporada pelo emblema de Carcavelos e certamente o mais apetecido depois da Taça de Portugal (em Março) e da Taça Federação (em Janeiro). E para os que ligam a estes pormenores a curiosidade de lembrar que passaram 16 anos desde o último campeonato nacional conquistado por uma equipa da A.B. Lisboa, concretamente o Estrelas da Avenida em 1994/95, sob o comando de Eliseu Beja.

A equipa de José Leite entrou muito bem no jogo, chegando rapidamente a 8-0, o que obrigou o técnico madeirense a parar o cronómetro (minuto 4). Mas as anfitriãs, bem apoiadas pelos seus adeptos, não abrandaram e aumentaram a vantagem para 12-0 à entrada do minuto 5. Foi a experiente Carla Freitas quem deu o mote por banda das forasteiras e até final do 1º quarto (23-13) o CAB Madeira manteve-se atrás do prejuízo.Entretanto o treinador da casa já iniciara a rotação do seu plantel e foi precisamente uma jogadora (Larisse Lima) que saltara do banco na ponta final do 1º período, a acertar 2 triplos em 2 minutos (26-13 e 33-15), logo seguida por Inês Aragão (36-18) e Alison Mann (41-21). Num ápice a vantagem do Quinta dos Lombos chegava à vintena (a meio do 2º período), mas as madeirenses não baixavam os braços e através da sua poste Utahya Drye, difícil de travar no ataque, não permitiam que se cavasse uma maior diferença pontual, ainda que abusassem de ataques rápidos e do recurso excessivo aos lançamentos do perímetro quase sempre sem êxito (apenas 2 triplos em 12 tentados). Mesmo em cima do intervalo (52-34) Larisse Lima converteu a sua 3ª bomba em 4 tentativas, com as anfitriãs a apresentarem eficácia elevada, tanto nos duplos (70%) como nos tiros do exterior (43%). No reatamento, Marta Bravo acertou o seu 2º triplo logo no minuto 21 e a equipa do Funchal, mais agressiva a defender e alardeando mais confiança no acto de lançamento, conseguiu baixar a fasquia para primeiro para 12 pontos (54-42, 56-44 e 60-48) e depois para 11 (62-51), de novo por intermédio de Marta Bravo, a sua atiradora mais certeira, já que Maria João Correia passou ao lado do jogo, por certo condicionada pela lesão contraída na véspera. A melhoria reflectiu-se nos números do 3º período (11-17), o único ganho pelas madeirenses. Entrando no último quarto (16-15) com uma vantagem de 14 pontos (64-51), as comandadas de José Leite não facilitaram, com a base Felicité Mendes (8 pontos neste período) a ter uma prestação pletórica de energia e vontade, utilizando com a propósito a sua rapidez e capacidade física em penetrações coroadas de êxito. Nos últimos 3 minutos José Leite fez entrar três das suas jogadoras ainda não utilizadas, permitindo que elas também saboreassem a emoção de serem campeãs em campo.Destaque no colectivo das novas campeãs nacionais para o desempenho da poste Jerica Watson, MVP do encontro, que repetiu o duplo-duplo da véspera ao contabilizar 12 pontos, 5/7 nos duplos,12 ressaltos sendo 2 ofensivos, duas assistências e uma falta provocada. Foi muito bem secundada por Alison Mann (15 pontos, 6/8 nos duplos, 8 ressaltos sendo metade ofensivos, uma assistência e 3 desarmes de lançamento), Felicité Mendes (13 pontos, 2 ressaltos defensivos, 3 assistências, 1 roubo e 6 faltas provocadas, com 7/8 nos lances livres) e Larisse Lima, a melhor marcadora da equipa (16 pontos, 3/6 nos triplos, 4 ressaltos defensivos, 1 roubo, 1 desarme de lançamento e duas faltas provocadas). A capitã Paula Muxiri, muito desgastada no jogo da véspera, esteve abaixo do habitual mas ainda contribuiu com 13 pontos, 4 ressaltos defensivos, 3 assistências, 1 roubo e 4 faltas provocadas, com 5/5 da linha de lance livre.Na equipa do CAB Madeira a mais valiosa voltou a ser a poste Utahya Drye, que voltou a jogar 40 minutos (26 pontos, 5 ressaltos e duas faltas provocadas), bem acompanhada por Carla Freitas (14 pontos, 5 ressaltos, 4 roubos,1 desarme de lançamento e 4 faltas provocadas) e Marta Bravo, que também foi utilizada em todo o jogo (12 pontos, 3 triplos, 3 ressaltos defensivos e duas faltas provocadas), penalizada na sua valorização pela fraca eficácia de lançamentos de campo (4 em 15 tentados). Em termos globais a vitória do Quinta dos Lombos baseou-se na clara supremacia na luta das tabelas (40-23 ressaltos), com realce para a tabela defensiva (31-18), no maior colectivismo (11-5 assistências) e na maior eficácia tanto nos duplos (59%-49%) como nos triplos (29%-21%), com ambas as turmas a converterem 6 triplos. Também da linha de lance livre as novas campeãs nacionais estiveram mais certeiras (79%-60%).Por sua vez o CAB Madeira cometeu menos erros (13-10 turnovers) e roubou mais bolas (3-5 roubos). Ficha do jogoQuinta dos Lombos (79) – Felicité Mendes (13), Dora Duarte (7), Alison Mann (15), Paula Muxiri (13) e Jerica Watson (12); Larisse Lima (16), Inês Aragão (3), Leonor Camilo, Carla Aires e Catarina Vasconcelos (Helga Gonçalves e Paulina Paténão foram utilizadas mas também são campeãs)CAB Madeira (66) – Maria João Correia, Carla Freitas (14), Marta Bravo (12), Jessica Starling (11) e Utahya Drye (26); Marcy Gonçalves, Catarina Caldeira (3) e Carolina EscórcioPor períodos: 23-13, 29-21, 13-17, 16-15 Árbitros: Sónia Teixeira e Ana Miramon