Ricardo Vasconcelos faz a antevisão da fase de qualificação
Tel Aviv (Israel) – A dois dias do início da fase de qualificação para o EuroBasket Feminino 2015, em cujo Grupo D estamos inseridos, a par de Israel (país organizador), Alemanha e Macedónia, quisemos ouvir a opinião do seleccionador nacional Ricardo Vasconcelos sobre o modo como decorreu a preparação da equipa e como esta se comportou nos 4 jogos de preparação realizados extra-muros (Polónia e Eslovénia), na semana passada.
Competições | Seleções
8 JUN 2013
P (JT) – Como faz o balanço da preparação da selecção portuguesa que irá participar nesta fase de qualificação?R (RV) – “Foi uma preparação curta (3 semanas de estágio em Rio Maior) e difícil porque numa delas, a primeira, nem sequer pudemos contar com 3 das jogadoras (Vera Correia, Ana Oliveira e Dora Duarte) que fazem parte deste grupo final. Depois a Mª João Correia foi dispensada na 2ª semana para que conseguisse solucionar o impasse resultante de estar a frequentar um estágio de natureza profissional no Funchal, coincidente com as datas dos estágios e período competitivo. Isto para dizer que 33% do grupo não fez a preparação completa. Basicamente só tivemos as 12 jogadoras disponíveis na última semana de trabalho. Fizemos 24 treinos em Rio Maior e mais 2 em Lisboa, na véspera da partida para a Polónia, na semana passada. Contudo há a referir que o tempo disponível foi bem rentabilizado porque a aplicação e entrega das jogadoras foi excepcional. “.P (JT) – Qual a sua opinião sobre o comportamento da equipa nos jogos de preparação com a Polónia e Eslovénia?R (RV) – “Penso que a equipa mostrou um crescendo de forma significativo, jogo após jogo, sendo que nos apresentámos no 1º jogo de forma muito positiva em relação ao número de treinos efectuados. Jogámos com duas equipas que nos colocaram problemas diferentes, com dois estilos de jogo próprios, onde a Polónia fisicamente em todas as posições do campo levava uma vantagem muito significativa na comparação directa, posição por posição e atacou-nos muito em armadilhas invertendo o jogo, ou seja colocando os jogadores exteriores a jogar perto do cesto (visto que utilizamos muitas vezes 3 jogadoras com estrutura de base, em simultâneo), procurando tirar muita vantagem do jogador 3.Enquanto que nos jogos com a Eslovénia, castigaram-nos muito com o passe dentro do jogador 5 (Sandra Pirsic), usando e abusando do bloqueio directo. Sem dúvida que estamos contentes com o desempenho das nossas atletas nestes 4 jogos, que penso nos ajudou verdadeiramente a ser uma melhor equipa, mais preparada do ponto de vista colectivo para as dificuldades que possam aparecer na competição.”.P (JT) – Perspectivas sobre as possibilidades de Portugal no Grupo D da fase de qualificação?R (RV) – O nosso jogo chave é o primeiro. Vencendo a Macedónia que na nossa opinião se apresenta como o mais frágil dos 3 adversários, permite-nos encarar os dois desafios que se seguem com menos pressão. Sabemos que a Macedónia tem uma norte-americana naturalizada (Chrissy Givens ), com 1,80 m, na posição onde nós estamos mais vulneráveis (posição 3) mas temos vindo a preparar o jogo com ideias muito claras de como atenuar essa realidade.”. A Macedónia é um adversário praticamente desconhecido para nós no momento actual. No histórico de confrontos entre os dois países, a nível de selecções seniores femininas, apenas 3 vezes se defrontaram. Três jogos, três vitórias para as nossas cores. Curiosamente presenciámos todos eles, já que aconteceram após a nossa entrada na FPB (Setembro de 2004). Os dois primeiros a contar para o EuroBasket Feminino 2006, Divisão B, Grupo B, a saber: Macedónia-Portugal (52-79), em Prilep, a 22 de Setembro de 2004 e um ano depois, Portugal-Macedónia (81-67), em Coimbra, a 20 de Setembro de 2005. Na altura a dupla técnica era formada pelo seleccionador José Leite e José Carruna (treinador adjunto). Três anos mais tarde, a contar para o EuroBasket Feminino 2009, Divisão B, Grupo B, voltámos a vencer a Macedónia (75-68), em Skopje, capital do país, a 6 de Setembro de 2008, sendo Carlos Portugal o seleccionador, coadjuvado por Humberto Carvalho. A Macedónia acabaria por desistir da competição, não se apresentando ao jogo da 2ª volta agendado para Setembro de 2009, no nosso país. Na altura a extremo/poste Monika Gavriloska, com 1,90m (agora com 36 anos de idade) era a estrela da companhia, tendo sido inclusive a MVP do jogo em Coimbra, ao anotar 30 pontos. Agora ainda faz parte da lista oficial que consta do site da FIBA, mas não sabemos se irá alinhar em Tel Aviv.