Ricardo Vasconcelos: «Na qualificação com ousadia»
Rio Maior será palco, entre os dias 7 e 9 deste mês, de uma concentração da Seleção feminina, que prepara a fase de qualificação para o Campeonato da Europa de 2015.

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11 MAI 2014
O selecionador nacional explica nesta entrevista o que pretende neste estágio e as metas que traçou para a competição.
Olhando para esta primeira convocatória, percebe-se que vai ser um momento de observação. Ainda tem muitas dúvidas quanto à composição do grupo final?É sem duvida, como temos feito no primeiro estágio dos últimos anos, um estágio de observação. Existem sempre algumas dúvidas sobre atletas nesta fase. Como todos sabem, a Seleção Sénior Feminina tem 3 semanas de preparação e começa exatamente no fim da competição nacional de referencia (Liga Feminina), período no qual algumas atletas nem um dia têm de férias e outras estão paradas há cerca de 1 mês… É também fundamental entender qual as atletas que compõe melhor o coletivo fazendo da Seleção uma melhor equipa!Preocupa-o o facto de algumas jogadoras não poderem ter tempo de descanso após o termo do playoff?Para o bem e para o mal é assim que está agendada a competição. Para a FIBA o importante é conseguir que os momentos altos não colidam, e evidentemente têm de ser as equipas profissionais a começar a trabalhar em Maio (a nossa Liga é que não é profissional).Claro que se por um lado não há descanso nenhum, por outro as jogadoras selecionadas têm ainda dois meses de férias pelo facto de acabar mais cedo a competição (25 Junho). Parece-me que quem já está de férias chega a ficar 5 meses sem competir, e acredito que isto é um problema para uma atleta que tenha metas e objetivos na modalidade.O facto de não poder ter todas as jogadoras interiores disponíveis, condiciona o eventual sucesso que a equipa poderia ter? Isso poderá alterar a própria forma de jogar da equipa?A Seleção Nacional tem um grande problema, que é a inexistência de jogadoras da posição 3. Não há nenhuma jogadora nacional com características nesta posição. O segundo grande problema é que das 6 atletas postes com nível europeu, sistematicamente não conseguimos ter 4 com disponibilidade para representar a Seleção. Entre problemas de lesão e universitários, ficamos sempre reduzidos a 2 ou 3 disponíveis… Logicamente que estas duas situações condicionam muitíssimo a forma de jogar!!Este período de trabalho servirá igualmente para ir avançando nas questões táticas que pretende implementar na Seleção?O tempo é tão pouco que é estritamente necessário avançar em todas as ações que temos, por mais curtas que sejam! O nosso período preparatório é muito restrito e mesmo quando observamos jogadoras procuramos avançar nas matérias e mentalidades que queremos impor na Seleção Nacional.Tendo em conta o grau de dificuldade dos jogos que vão ter nesta fase de apuramento, acha que vai conseguir preparar a equipa para que seja competitiva e consiga discutir vitórias?Não tive senão até hoje total empenho por parte das atletas disponíveis para representar a Seleção Nacional. E se é verdade que não temos tido o número de vitórias que gostaríamos de ter, também é verdade que ano após ano jogar connosco e ganhar tem sido muito duro e difícil para os nosso adversários. Fizemos pouquíssimos jogos que não fossemos competitivos. Assim, não espero senão, uma vez mais, contar com o espírito guerreiro e de trabalho exemplar reconhecido das atletas da SN para voltarmos a ser muito competitivos! No plano de preparação estão previstos alguns jogos internacionais. Pergunto-lhe se serão suficientes, e se terão nível desejado para que a equipa se apresente mais preparada para os jogos de qualificação?O momento financeiro atual da FPB é, à imagem do desporto em geral em Portugal e não só, muito delicado, e por isso tem sido muito difícil conseguir uma preparação ideal. Contudo temos 6 jogos marcados de preparação e apesar de não serem espaçados como gostaríamos que fossem, de forma a concluir e corrigir no final de cada jogo, podendo assim treinar para procurar no jogo seguinte entender se as respostas da equipa são mais adequadas que as anteriores, a verdade é que ainda assim será o ano que temos mais jogos de treinos das últimas 4 campanhas.Esta temporada foi produtiva no surgimento de novas opções para integrar o grupo de trabalho da Seleção Nacional?Somente uma jogadora é chamada pela primeira vez a estar nos trabalhos da Seleção Nacional. As demais atletas com quem estamos a contar, todas elas já foram chamadas pelo menos uma vez aos trabalhos da Seleção Nacional Sénior. Vai definir, ou já definiu, objetivos para a participação da equipa nesta fase de apuramento?Não consigo entrar numa fase destas sem ter como objetivo ficar nos dois primeiros lugares e lutar por um lugar no Europeu. Esta tem de ser a meta e a ousadia com que temos de participar nesta qualificação. Claro está que ao dia de hoje há duas grande incógnitas, a primeira é como vamos nós suprimir a ausência das nossas postes, e a segunda será que tipo de seleção apresentará a Letónia. Mais à frente será possível ter uma ideia mais concreta das nossas possibilidades neste grupo de apuramento.