“Rigor e inteligência”

No próximo sábado o Algés vai medir forças com uma equipa que o técnico não tem dúvidas em considerar mais experiente para competir na Liga Feminina.

Competições | Treinadores
18 NOV 2014

Alberto Saraiva não se deixa iludir pelo facto de as vaguenses virem de duas derrotas e já alertou as suas jogadoras para os perigos que vão encontrar. O treinador espera que a equipa se consiga superar de forma a poder contrariar os problemas de estatura e o ritmo de jogo imposto pelo adversário. Controlar bem a posse de bola vai ser decisivo, bem como o rigor tático e o desejo de vencer.

 

Como surgiu o convite para treinar a equipa sénior feminina do Algés?

 

Fui treinador do Coimbrões durante 20 anos, tendo treinado todos os escalões, e por vezes dois escalões numa mesma época.

Por motivos familiares, no ano passado vim viver para Lisboa (já cá estavam a minha mulher, filha e neto) e pouco tempo depois recebi um convite do Ricardo Vasconcelos (coordenador na altura) para treinar uma equipa do clube (Sub-18 “B”), ao qual aceitei de imediato.

 No inicio desta época, e numa reformulação da secção de basquetebol, lançaram-me o desafio de treinar a equipa de sub-16 femininos, ao qual aceitei com muito gosto.

Entretanto nas sucessivas reuniões da secção para encontrar uma solução para equipa sénior feminina, coloquei-me à disposição para acumular as funções de treinador principal das equipas de sub-16 e seniores femininas, sendo a única condição foi ter a Natália André como treinadora adjunta, a Direção do Clube aceitou.

 

Depois de tantas saídas importantes, existem ainda soluções para que a equipa continue a ser competitiva?

 

Temos que ter consciência no patamar que estamos, mas isso não nos impede de assumir o Basquetebol com profissionalismo e trabalhar para que possamos ser cada dia melhor e mais competitivo. É este o contrato que temos com as atletas: Exigência, Superação e Humildade.

Em termos de seleções jovens femininas, Portugal está por direito próprio na Divisão A da Europa nas três categorias (Sub-20, Sub-18 e Sub-16), e do plantel atual fazem parte 6 atletas que no Verão passado estiveram integradas nos trabalhos das diversas seleções nacionais, ao proporcionar às atletas este tipo de competição, estamos a contribuir para quando estiverem a representar o País o seu desempenho possa ser o melhor.

Este é o espírito e só aceito quem queira vir com essa ambição, fazer um grupo forte e de futuro, trabalhando o presente.

 

Na sua opinião, a equipa tem cumprido com aquilo que seria expectável nestes primeiros seis jogos disputados?

 

Desde o início que temos consciência do valor que temos, da ambição que desejamos e em que patamar nos encontramos. Mas posso dizer que as atletas, além do treino diário da noite, fazem treino suplementar ao final da manhã e por vontade própria, e nunca descorando os estudos. Têm ainda um programa de fortalecimento muscular orientado por uma Fisiologista do Exercício (Catarina Saraiva) e do Fisioterapeuta do clube (Guilherme Barreto).

 

Quais são as principais limitações que a equipa tem esta temporada?

 

Não tendo uma atleta com experiência na posição Base, temos lançado desafios às atletas que têm ocupado (e bem) essa posição.

 

O Vagos vem de duas derrotas consecutivas. Ainda assim, acha que é uma equipa de um campeonato diferente?

 

Cada jogo é um jogo e conheço bem o treinador do Vagos (João Janeiro) possuidor duma vasta experiência na modalidade. Esta época já esteve num ponto alto (final da Taça Vitor Hugo), portanto uma equipa diferente com atletas mais experientes e isso faz a diferença.  

 

Tem receio que em algum momento da competição, a  juventude e a inexperiência do grupo de trabalho possa ser um entrave ao sucesso?

 

Vou ser franco, preparei-me procurando auxílio de uma psicóloga para aprender a gerir o insucesso e como poder trabalhar um grupo com muita pouca experiência e como tudo o positivismo ajuda sempre a lutarmos contra a adversidades.

Posso falar pela minha experiência de vida como transplantado renal e 13 anos de hemodiálise, aprendi a lutar (pela Vida) e fazer com que os outros lutem sempre e acreditem que o sucesso vem por acréscimo.

 

Que aspetos do jogo do Vagos vão merecer a sua atenção para o próximo sábado?

 

Mais altura, um ritmo diferente, mais rigor tático sabendo gerir melhor o jogo contra uma equipa que ainda joga mais com o coração. E é este crescimento e maturidade que estamos a trabalhar jogo a jogo e o Vagos é mais um grande jogo para crescermos acreditando sempre em nós e que podemos sempre fazer melhor. 

 

O que vai pedir às suas atletas para o encontro com o Vagos?

 

Para não se sentirem inferiores em momento algum, serem rigorosas taticamente e inteligentes para contrariar as adversidades do jogo com grande vontade de superação. Mais um jogo, mais um grande desfio contra um candidato.

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18 NOV 2014

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