“Seleção é um coletivo aberto”

Nesta entrevista o selecionador conta os aspetos que pretende trabalhar.

Quais os principais objetivos deste estágio?

Este estagio tem como objetivos a observação de atletas bem como alinhavar as primeiras ideias das opções técnico-tácticas. Outro dos principais objetivos é ajudar a Seleção Nacional U20 na sua preparação para o campeonato europeu, a realizar em Espanha, no próximo mês de Julho – temos previstos 3 jogos de treino entre as seleções.  

Uma vez que a fase de qualificação ainda está distante, o grupo continua em aberto?

O grupo da Seleção Nacional é um coletivo aberto! Obviamente que temos uma ideia de um grupo nuclear da equipa, mas escolhas finais ainda estão longe de serem feitas. Todos os anos aproveitamos estágios para fazer observação e acompanhamento de atletas que acreditamos que se possam juntar ao grupo.

Iniciar a qualificação em Novembro traz mais ou menos vantagens para a seleção portuguesa?

As regras são iguais para todos, portanto mais do que chorar temos de nos adaptar. Parece-me evidente que estas alterações são claramente para beneficiar as nações mais fortes, nomeadamente pela possível utilização das jogadoras WNBA, bem como, as mais veteranas, que não perdem o seu essencial descanso no fim de cada temporada, podendo assim recuperar mazelas e jogar mais épocas.

Todas as seleções que contam com jogadoras mais jovens que buscam os seus sonhos nas universidades americanas, ficam privadas dessas atletas para competir…

Para nós, Portugal, que temos uma competição super curta, acrescenta um problema, as atletas de maior talento correm riscos de ficar paradas/sem jogos quase tantos meses como os que estão em competição…

Algumas caras novas nesta convocatória, sinal que alguma coisa vai mudar no estilo de jogo da equipa nacional?

A equipa tem um estilo de jogo que acreditamos ser o adequado ao jogador nacional. Portanto as caras novas enquadram-se no que já foi referido anteriormente nesta entrevista, atletas em que acreditamos, que sentimos que mais cedo ou mais tarde poderão fazer parte do grupo final.

Da experiência que já vai tendo de competir ao mais alto nível, onde teremos que obrigatoriamente melhorar para nos tornarmos mais competitivos?

Há dois capítulos em que sistematicamente aparecemos abaixo dos níveis desejáveis, eles são a finalização/lançamento e capacidade e qualidade de passe.

Assim, todo o trabalho técnico e táctico que iremos desenvolver neste estagio centrar-se-á à volta destas duas temáticas. É por demais evidente que estes são aspetos que tem de ser cuidados e trabalhados ao longo de toda a época desportiva, mas sendo uma das nossas principais preocupações vamos reforçar muito o trabalho nesta área.

O outro aspeto no qual acredito de forma convicta que temos de melhorar, e muito, é nas respostas fisico-atléticas à execução das técnicas e das varias decisões do jogo.

Não estou a falar de trabalho fisico geral. O basquetebol tem técnicas e decisões especificas, diferentes do andebol, futebol, voleibol, etc.

É urgente trabalhar fisicamente o corpo dos nossos atletas para jogar Basquetebol…