«Sou competitivo por natureza»

Melhor marcador da fase regular com 19.7 pontos de média, melhor ressaltador com 13.4 de média, 1º no ranking da linha de 3 pontos com 46%, em igualdade com Jobey Thomas e José Silva, embora sendo dos três o que menor números de triplos tentou.

Atletas | Competições
21 ABR 2015

Terminou a fase regular como líder destacado do ranking de MVP com 30.4 pontos de média. E tem 39 anos…

 

Sente a mesma paixão pelo basquetebol? A mesma alegria a treinar e a jogar? O mesmo espírito competitivo?

A paixão pelo basquetebol está presente na minha vida desde o primeiro dia que me iniciei na modalidade e será sempre uma presença constante, mesmo depois de terminar a carreira. Sinto, todos os dias, a mesma alegria dentro do campo, independentemente de ser a treinar ou em competição. Quanto ao espírito competitivo, estou convencido que na análise a esta temporada será fácil perceber a resposta.

 

Mudou alguma coisa na sua preparação com o avançar da idade? E quais julga serem os cuidados fundamentais para se ter uma carreira prolongada?

A minha preparação incide fundamentalmente no período de férias, ou como se costuma designar, na “off-season”, uma vez que, durante a época, entre treinos, jogos, trabalho físico e recuperação, a preparação não difere muito entre equipas e atletas. O que penso ser fundamental é o cuidado que temos de ter durante o período onde a atividade física será menos exigente, digamos assim. Tento sempre manter uma atividade física regular, sendo que o jogging e o ténis são as minhas principais escolhas, não descurando nunca uma alimentação equilibrada e sem grandes exageros. Penso que quanto melhor cuidarmos do nosso corpo, a nível físico e alimentar, maiores são as possibilidades de termos uma carreira mais duradoura.

 

Sentiu a necessidade de ajustar o seu jogo à medida que os anos foram passando?

É normal fazermos alguns ajustes ao nosso estilo de jogo, consoante as necessidades, sejam elas de nível tático ou físico. Com o passar dos anos, algumas capacidades vão diminuindo, mas outras também se podem melhorar, tais como a maturidade competitiva e leitura do jogo. Até chegar a sénior, toda a minha carreira nos escalões inferiores tinha sido feita jogando em posições interiores, mas até há 3 anos, quando ingressei no Maia Basket, toda a carreira como sénior foi feita jogando em posições exteriores. Como tal, não foi difícil este retorno ao jogo interior.

 

Como avalia os seus registos individuais desta temporada? E a que se ficaram a dever?

Os registos individuais só ganham uma dimensão de sucesso se conseguirmos algo de importante para o coletivo. Apenas e só assim serão relevanteNo Maia Basket tínhamos um objetivo único e bem definido para a temporada, que era conseguir a manutenção na Liga, por direito próprio. Atingimos essa meta a duas jornadas do fim, e como tal, fico satisfeito pelo contributo que pude dar na obtenção desse objetivo.

 

Retira alguma conclusão de conseguir atingir aos 39 anos todos estes máximos individuais?

A única conclusão possível é que sou competitivo por natureza, mas sempre de uma forma saudável. Proponho-me, todos as épocas, novos objetivos e luto por eles. Nem sempre sou bem sucedido, mas, pelo menos, saio de consciência tranquila. Se formos dedicados e tivermos espírito de sacrifício, ficamos mais pertos de termos sucesso.

 

Que opinião tem dos jogadores portugueses mais jovens e talentosos que teve a oportunidade de acompanhar o seu despontar no basquetebol nacional?

Temos bons jogadores nacionais na Liga, com provas dadas, mas penso que ainda há um longo caminho a percorrer na defesa do jogador português. É preciso apostar nas nossas mais valias, para que cada ano que passe, mais futuras promessas se tornem certezas, até para bem da Seleção Nacional.

 

Como está a viver os seus segundos 20 anos, deduzo que a retirada não está para breve? Algum objetivo individual ou sonho que ainda gostasse de atingir? E, no seu entender, o que seria um final de carreira perfeito?

Neste momento, a retirada não está no meu horizonte. Enquanto o corpo acompanhar o espírito, continuarei a jogar e a lançar-me novas metas e objetivos. Final de carreira perfeito? Daqui por uns 10 anos, tentarei ter uma resposta!

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21 ABR 2015

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