Suécia campeã e Portugal com a medalha de prata
Já se sabia que a tarefa que se pedia ao seleccionado luso era complicada ante uma Suécia com outros argumentos.
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17 JUL 2011
Mas o verdadeiro objectivo já se tinha conseguido na véspera, ao garantir a presença na final e a consequente promoção à Divisão A. Todavia a vitória das nórdicas (64-55) só se começou a desenhar verdadeiramente no último quarto, nomeadamente a partir do minuto 36, quando a diferença saltou de 4 (53-49) para 7 pontos (56-49), com uma bomba da extremo Frida Fogdemark (1,86 m), a melhor atiradora exterior da equipa.
A selecção portuguesa entrou melhor na partida, com Maria João Correia a abrir o marcador já no minuto 3, obrigando o técnico sueco a pedir o seu primeiro desconto de tempo, poucos segundos decorridos. Antes já Farhiya Abdi falhara 2 lances livres, prenúncio de algum nervosismo de ambas as partes, com má selecção de lançamentos. Mas as nossas representantes foram as que primeiro se libertaram da ansiedade e chegaram a 2-8, à entrada do minuto 7, por intermédio de Maria João Andrade, que recebeu um passe decisivo de Michelle. A liderança lusa (6-12), no minuto 8, durou até 34 segundos do termo do 1º período (14-14), porque as suecas fizeram um parcial de 8-2, empatando com dois triplos consecutivos no minuto 10.No 2º quarto (15-11) a capitã Michelle em dois contra-ataques elevou para 14-18 (minuto 12) e conseguimos manter o comando até aos 19-21, altura em que o banco de Portugal parou o cronómetro, com 5,17 minutos para jogar. A poste Abdi foi a grande responsável pelo volte-face ao conseguir um parcial de 8-0, colocando a sua equipa na frente (25-21), à entrada do minuto 18. Daniela Domingues ainda reduziu para 25-23, ao ser assistida de novo por Michelle, um minuto volvido, mas seria ainda Abdi a fechar a contagem a meio minuto do intervalo (29-25), indo para o descanso com 12 pontos na sua conta pessoal, enquanto Maria João Andrade era a nossa melhor marcadora, com 10 pontos.No reatamento Maria João Correia ainda encurtou o prejuízo para um cesto (29-27), no minuto 22, mas as nórdicas responderam com 2 triplos seguidos de Fogdemark, a fazer 32-27 e 35-27, nos minutos 23 e 24. Acto contínuo o treinador português pediu novo desconto de tempo, mas não se conseguiu travar a arrancada adversária. Novo triplo, desta vez de Binta Drammeh, após assistência de Abdi, proporcionou os 40-29 sendo imitada pouco depois pela base Kücükkaya ao acertar o seu 2º triplo (43-31), a maior vantagem para a Suécia (12 pontos), no minuto 27. A reacção lusa não se fez esperar, a partir do minuto 28, com Michelle a dar o mote ao concretizar dois duplos consecutivos e Luiana a fixar o resultado (45-38) no final do 3º período (16-13). Neste parcial o tiro exterior das nórdicas esteve em grande (4 triplos). No derradeiro quarto (19-17) Portugal continuou a correr atrás do prejuízo, começando por reduzir para 47-45 (minuto 32) com o único tiro de 3 pontos da equipa a ser da autoria de Inês Faustino, mas de novo as suecas recolocaram a vantagem em 6 (51-45), com 2 lances livres de Abdi (3ª falta de Luiana) e um contra-ataque de Mayamba (destacou-se com 4 roubos). O tempo ia correndo e a Suécia não desarmava. A um cesto luso respondiam de seguida e a vantagem não baixava dos 4 pontos (51-47 e 53-49). Até que surgiu a 3ª bomba de Fogdemark a fazer os 56-49, com 4 minutos e 3 segundos para jogar. Nova paragem do cronómetro pedida pelo banco luso, mas os dados estavam lançados. Até ao termo da partida um parcial de 8-6 garantia o triunfo à Suécia e a respectiva medalha de ouro. Portugal ainda chegou aos 61-55, à entrada do minuto 39, com dois contra-ataques por intermédio de Luiana e Daniela, mas a selecção nórdica não se deixou surpreender. Destaque nas campeãs para a MVP do encontro (21,5 de valorização), Farhiya Abdi (21 pontos, 5 ressaltos sendo 1 ofensivo, 3 assistências, 2 roubos, 1 desarme de lançamento e 6 faltas provocadas, com 3/6 nos lances livres), bem secundada pela base C. Forsman-Goga (8 pontos, 7 ressaltos sendo 1 ofensivo, 4 assistências, 2 desarmes de lançamento e 4 faltas provocadas). Frida Fogdemark (11 pontos, 3/8 nos triplos e 3 assistências) cumpriu o seu papel de atiradora letal.Na selecção de Portugal a mais valiosa acabou por ser Daniela Domingues, apesar dos 5 turnovers (10 pontos, 6 ressaltos, 2 roubos, uma assistência e 6 faltas provocadas, com 6/6 da linha de lance livre). Foi bem acompanhada por Michelle Brandão (12 pontos, 9 ressaltos sendo 1 ofensivo, 3 assistências,1 roubo e uma falta provocada), penalizada pelos 4 turnovers cometidos, Luiana Livulo (7 pontos, 3/4 nos duplos, 8 ressaltos sendo 1 ofensivo, uma assistência e 3 faltas provocadas) e Maria João Andrade (15 pontos, 7/10 nos duplos e 3 ressaltos defensivos). Daniela Domingues e Maria João Correia não estiveram com a pontaria afinada, nomeadamente nos lançamentos do perímetro. Em termos globais a Suécia superiorizou-se em quase todos os indicadores: triplos (33%-9%), lances livres (70%-67%), assistências (17-8), roubos (10-5) e turnovers (9-16). Por seu turno Portugal ganhou a luta das tabelas (36-39 ressaltos), mas na tabela ofensiva as suecas levaram a melhor (12-7 ressaltos). A eficácia lusa também foi maior nos duplos (38%-51%) e nos lançamentos de campo (36%-43%). Nas faltas provocadas houve equilíbrio (14 para cada lado). Ficha do jogo Suécia (64) – C. Forsman-Goga (8), Salome Kabengano (2), Binta Drammeh (6), Frida Fogdemark (11) e Farhiya Abdi (21); Jennifer Kücükkaya (6), Sandra Hasahya (3), Julia Tornberg (3), Tanya Massamba (4), Haiett Neffati e Julia Vestin Portugal (55) – Michelle Brandão (12), Maria João Correia (8), Daniela Domingues (10), Maria João Andrade (15) e Luiana Livulo (7); Filipa Bernardeco, Telma Fernandes e Inês Faustino (3)Por períodos:14-14,15-11,16-13,19-17 Árbitros: Maria Argirou (Grécia), Tomislav Hordov (Croácia) e Ersan Kartal (Turquia) Resultados: 9º/11º lugares Estónia 73-65 Macedónia7º/8º lugares Bélgica 78-37 Bulgária5º/6º lugares Hungria 66-81 Israel3º/4º lugares Grécia 60-59 República Checa1º/2º lugares Suécia 64-55 PortugalClassificação 1º Suécia 2º Portugal 3º Grécia 4º República Checa 5º Israel 6º Hungria 7º Bélgica 8º Bulgária 9º Áustria10º Estónia11º Macedónia Suécia e Portugal subiram à Divisão A, enquanto a Grécia também conseguiu um lugar no pódio (medalha de bronze). Paulo Marques foi o árbitro principal do duelo que decidiu o último posto, entre a Estónia e a selecção anfitriã. A comitiva portuguesa regressa amanhã a Lisboa, com chegada prevista ao Aeroporto da Portela pelas 21H45 (voo LH1792, procedente de Munique), onde se aguarda calorosa recepção a todo o grupo.