“Temos de ser uma equipa chata”

A equipa nacional sofre quando defronta jogadoras com mais 10 cm mas Carla garante que a Seleção tem formas de contrariar essas diferenças.

Atletas | Seleções
12 JUN 2015

A atleta, que já jogou na principal liga espanhola,  acredita que em breve Portugal estará na fase final de um Europeu. Basta ver o desempenho das seleçoes jovens.

 

Depois de uma longa temporada, ainda existem forças para esta fase de preparação?

 

Claro que sim. É um prémio e um privilégio poder estar a treinar e a trabalhar com as melhores jogadoras portuguesas nesta altura do ano.

 

As questões táticas têm sido o principal objetivo deste período de trabalho?

 

Sim. Há muitas correções e muito trabalho para fazer a todos os níveis. No entanto, a parte tática é importante, primeiro porque vamos ter um torneio já este fim-de-semana, depois de apenas 8 treinos, e convém sermos o mais equipa possível e todas as jogadoras andarem à procura das mesmas coisas dentro de campo. E depois porque o tempo de preparação no geral não é muito e temos de aproveitar cada momento para crescer taticamente como equipa.

 

Na sua opinião, e na perspetiva do atleta, julga ser mais favorável, competir em Novembro?

 

Como atleta é mais favorável competir numa fase em que estamos completamente preparadas e já com um ritmo de jogo e de competição. No passado, o mais habitual era competir no verão em que todas as jogadoras vinham de paragens, e como na seleção não temos preparador físico, nem sempre era fácil chegar ao momento de competição no nosso melhor fisicamente. Vai ser tudo muito diferente, mas acho que na perspetiva do atleta pode ter algumas vantagens.

 

Temos três seleções na divisão A, sendo que muitas atletas que integram os trabalhos da seleção sénior já viveram essa experiência. Acha que a curto prazo será possível ver a equipa sénior num Europeu?

 

Estamos a crescer nesse aspeto. As nossas jovens já se batem de igual para igual com grandes seleções. Se continuarmos por este caminho, acredito que a curto prazo a equipa sénior será também ela premiada com um Europeu.

 

Tem a experiência de ter jogado na Liga espanhola, uma referência no basquetebol feminino. Olhando para este grupo de trabalho, quais julga serem os principais problemas a terem que ser ultrapassados para Portugal estar entre as melhores seleções?

 

Há coisas que não podemos mudar por mais que queiramos, como a questão da estatura por exemplo. Quase sempre sofremos com seleções que têm mais 10 cm que as nossas jogadoras que jogam na mesma posição. Onde é que podemos surpreender? Jogando ataques a uma velocidade vertiginosa e fazermo-nos grandes na defesa, ocupando o campo todo e não deixar nenhuma jogadora contrária estar confortável em nenhum momento do jogo. Temos de ser uma equipa chata e incómoda de jogar. É preponderante trabalhar mentalidades e atitude, treinar no limite cada treino para podermos optar a coisas muito boas no futuro.

Atletas | Seleções
12 JUN 2015

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