“Tive o privilégio de ter uma carreira recheada de momentos positivos”

Miguel Minhava, uma das referências da nossa modalidade, anunciou o final de carreira, aos 33 anos, numa altura em que ainda jogava a um nível alto no Galitos Barreiro.

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25 MAI 2017

O antigo internacional português falou-nos sobre o seu percurso numa entrevista de rescaldo.

Acaba de anunciar o final da carreira aos 33 anos. Esta decisão já estava tomada há muito tempo?
A decisão foi sendo tomada durante a temporada. Apesar de me sentir em condições para continuar, senti igualmente que este seria o momento ideal para colocar um ponto final na minha carreira. As duas temporadas anteriores terminaram com duas cirurgias e isso acaba por pesar um pouco. Nesta época só me comecei a sentir em boas condições praticamente em dezembro. E depois existem as questões profissionais. Chegou o momento de me dedicar a 100%, pois esse será o meu futuro. 

 

Ao longo da época rubricou excelentes exibições, ajudando o Galitos a realizar um percurso positivo. Não sentiu o impulso de continuar a jogar?
Individualmente foi uma época de altos e baixos. Como disse anteriormente, a parte física, até certa altura, teve influência. Reconheço que tive alguns bons jogos, mas também sei que por vezes as coisas não me saíram tão bem, umas vezes por desinspiração, outra vezes por não ter tido muitos minutos.

 

Olhando para trás, que momento elege como o melhor da sua carreira?
É difícil eleger um momento, porque felizmente tive o privilégio de ter uma carreira recheada de momentos positivos. Ainda assim arrisco o apuramento para o Eurobasket 2007. Na altura só 16 equipas conseguiam disputar a prova e Portugal só lá tinha estado por convite, e há muitos anos. Fiz parte de um lote de jogadores incrível, e além disso fiz grandes amigos. Estar presente no Eurobasket 2011 também foi marcante, bem como a conquista de alguns títulos, nomeadamente o primeiro no Benfica, em que quebrámos um longo jejum.

 

E relativamente ao futuro, teremos um Miguel Minhava totalmente ligado ao basquetebol? O que podemos esperar?
Para já não tenho planos no basquetebol. A minha atividade como jornalista tem prioridade total, e tenho a sorte de poder manter a ligação à modalidade, ainda que de forma indireta.

 

Como gostaria de ser recordado enquanto jogador? 
Acima de tudo como um jogador que em todas as ocasiões pôs os interesses da equipa acima dos interesses individuais. Tudo o resto é secundário, mas julgo que seria importante, e não falo no meu caso específico, que os jovens jogadores de hoje conhecessem um pouco da história do basquetebol português. Atualmente vejo pouca gente jovem nos jogos de basquetebol em Portugal, e esse contacto, ainda que possa parecer dispensável, é decisivo. Aproveito para agradecer, mais uma vez, a todos aqueles com quem me cruzei de uma forma ou de outra durante o meu percurso.

 

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25 MAI 2017

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