Triunfo tranquilo
Talvez de uma forma mais fácil do que era esperado, o Vitória carimbou a presença no jogo da final da VI edição da Taça Hugo dos Santos, ao bater nas meias o Barcelos por 71-52.

Competições | FPB
31 JAN 2015
Desde o inicio do encontro os vimaranenses mostraram-se mais agressivos defensivamente, a conseguirem muitos roubos de bola, ou então a forçarem o adversário a tiros contestados ou lançamentos em crise de tempo.
Também é verdade que, um pouco inexplicavelmente, os jogadores barcelenses falharam demasiadas situações de lançamentos fáceis em áreas próximas do cesto, tendo valido a boa eficácia de 3 pontos para no final do 1º período estarem apenas a perder por dez pontos de diferença (10-20).
João Balseiro começava a dar nas vistas no capítulo ofensivo (10 pontos), e na defesa, a presença de Marcel Momplaisir e Paulo Cunha perto do cesto, intimidava e colocava problemas acrescidos ao ataque barcelense. Nuno Oliveira (12 pontos), não falhou um lançamento durante o 1º tempo, era quase a única solução atacante do Barcelos, mérito também para a forma como a defesa vitoriana condicionou o ataque adversário. O Vitória dominava as tabelas, roubava mais bolas, impedia que os comandados de José Ricardo Neves jogassem em campo aberto, e quando não o conseguiam, muitos foram os lançamentos falhados pelo Barcelos nas áreas próximas do cesto. Sem surpresa, ao intervalo o Vitória liderava por dezasseis pontos de diferença (43-27), um resultado que premiava a maior eficácia e determinação defensiva dos comandados de Fernando Sá.
O intervalo não retirou intensidade aos vimaranenses, que na grande maioria do 3º período soube alternar bem o jogo interior com o lançamento de 3 pontos, com João Balseiro a continuar a mostrar-se com a pontaria afinada (21 pontos). O Barcelos passou a jogar mais com o coração do que com a cabeça, os jogadores perderam os sus papéis dentro do campo, precipitavam-se nas tomadas de decisão, embora tenha que se dar mérito à forma como eram agressivos a atacar o cesto em penetrações em drible, fosse em contra-ataque ou transições ofensivas rápidas. O tempo ia correndo e a diferença pontual mantinha-se, com o Vitória a dispor de dezanove pontos de vantagem á entrada do derradeiro quarto (59-40).
O Barcelos nitidamente quebrou, deixou de executar coletivamente no ataque, os tiros eram cada vez mais rápidos, e do lado oposto, a confiança contagiava toda a equipa, já que mesmo os jogadores que saltavam do banco contribuíam com pontos e ajudavam a que o marcador se mantivesse desnivelado. Os minutos finais foram aproveitados pelo técnico Fernando Sá para ar descanso aos seus jogadores mais influentes, numa tentativa de os ter nas melhores condições para a final deste domingo frente ao SL Benfica.
Para além do bom jogo de João Balseiro, de realçar o talento ofensivo revelado por Doug Wiggins (10 pontos, 2 ressaltos e 2 roubos de bola) para desiquilibrar nas ações de 1×1, e os desempenhos defensivos da dupla formada por Marcel Momplaisir (5 pontos e 10 ressaltos) e Paulo Cunha (2 pontos, 8 ressaltos, 3 roubos de bola e 3 desarmes de lançamento).
Os 20 pontos conseguidos por Nuno Oliveira ajudaram a disfarçar uma tarde pouco inspirada do Barcelos a lançar ao cesto, especialmente de curta e média distância (11/40 – 28%). Marko Loncovic terminou o encontro com 14 pontos, a que somou 4 ressaltos, mas esteve longe da eficiência que tem demonstrado nos jogos da fase regular (4/11 – 36%). Uma referência ainda para a forma incansável, apesar de muito infeliz, como Dukovic (7 pontos e 5 ressaltos) se bateu durante os 40 minutos do encontro.
Declarações:
Filip Djuran #7
Não jogámos muito bem. O jogo começou duro no primeiro período, não defendemos bem. Só marcámos quinze pontos e foi a principal razão. O nosso mau ataque e a boa defesa deles.
Nebojsa Pavlovic #15
Este era um jogo muito importante e queríamos chegar à final. Temos o objectivo de tentar conquistar o máximo de coisas que pudermos esta época. Fizemos um bom esforço, conseguimos vencer com a nossa boa defesa.
José Ricardo –
O Vitória teve muito mérito na forma como defenderam. Retirou-nos das nossas posições habituais e não conseguimos montar os nossos ataques. Obrigaram-nos a acelerar as nossas decisões no ataque e após os nossos turnovers e maus lançamentos, conseguiam concretizar contra-ataques que fizeram a diferença no marcador. A partir do terceiro período, ambos os treinadores decidiram dar minutos aos jogadores que habitualmente jogam menos e deixámos o jogo fluir.
Fernando Sá –
Concordo com as declarações do José, mas também penso que os jogadores não estiveram ao seu nível habitual. O Barcelos têm uma média de pontos muito alta e hoje só concretizou 52 pontos. Nós também não começámos como estávamos À espera, queríamos mais intensidade, mais paixão e penso que foi um jogo meio mortiço. Recuperámos um pouco a atitude e ganhámos vantagem.