Tudo faremos para conseguirmos ficar nos 8 primeiros
Miskolc (Hungria) - Na véspera do início do Campeonato da Europa de Sub-18 Femininos, Divisão B, que amanhã tem o seu início nesta cidade húngara (a 4ª do país, em termos de população, a rondar os 127 mil habitantes), quisemos auscultar a opinião da seleccionadora nacional, Mariyana Kostourkova, sobre as perspectivas, a preparação e as nossas chances de alcançar uma classificação honrosa.
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9 AGO 2011
(JT) – Como correu a preparação da selecção nacional, não só em termos de estágios, número de treinos, jogos realizados como também na vertente das condições que foram proporcionadas? (MK) – Fizemos 6 estágios com duração entre 3 e 7 dias: os dois primeiros, nas férias escolares do Natal e da Páscoa e os quatro últimos a partir do início de Julho, até ao final da semana passada. Neste último período(preparação final) realizámos 34 treinos, incluindo o da vespera da partida, no domingo e 3 jogos de preparação (2 com as Sub-18 da Dinamarca, na semana passada e um com a selecção portuguesa de Sub-20, no início de Julho). No Natal tínhamos feito 2 jogos-treino com as Sub-20 e as Sub-16 de Portugal e na Páscoa jogámos com as Sub-16 de Inglaterra.Acho que não me posso queixar das condições que nos foram proporcionadas.Temos consciência das dificuldades financeiras com que o País e a própria Federação se debatem, por isso consideramos que a preparação foi a possível. (JT) – Sabemos que há gerações e gerações. Esta é uma geração baixa, em termos de estatura e com poucos talentos, a nível individual. Comoantevês a tarefa que as tuas pupilas têm pela frente? (MK) – O grupo com que contamos para disputar o Europeu está desfalcado de duas pedras que reputo de fundamentais: a base Inês Viana, que se lesionou gravemente em finais de Janeiro (rotura de ligamentos cruzados), não estando ainda recuperada da intervenção a que foi submetida e a extremo Paula Couto que por opção pessoal (prioridade para os compromissos escolares, tentando ingressar em Medicina), renunciou a participar na preparação final e por consequência no campeonato. Depois não pudemos contar ainda com o concurso de duas jogadoras interiores, Márcia Filipe (1,82m) e Ivana Wildner (1,84m), ambas por opção pessoal (estudos). Naturalmente que num grupo em que só temos uma jogadora acima do 1,80m, a capitã Vânia Sousa, seria um bom handicap na luta das tabelas, visto que iremos encontrar equipas com 7/8 e mais jogadoras com mais de 1,80m. (JT) – Portugal faz parte do Grupo B, juntamente com a Croácia, Suiça e Hungria que defrontaremos por esta ordem, a partir de amanhã e até sábado. Nesta 1ª fase quais são as perspectivas? (MK) – Estamos inseridos num grupo que é fortíssimo, pois tem duas selecções candidatas à subida de Divisão, casos da Hungria (que desceu em 2010) e da Croácia que conta com várias presenças na Divisão A. No campeonato do ano passado, na Roménia (Timisoara), ficaram em 5º lugar com apenas duas derrotas. É uma equipa muito alta (só uma abaixo de 1,80m) e é da escola da antiga Jugoslávia, o que dispensa apresentações. Além disso a maioria das suas jogadoras (apenas 4 são repetentes) foi vice-campeã europeia de Sub-16, Divisão A, tendo perdido a final com a Rússia em 2010. A Hungria, além de ser a equipa da casa, o que`à partida lhe concede uma maior dose de favoritismo, foi campeã de Sub-16, Divisão B e nas 12 jogadoras que estão aqui, tem 5 que estiveram no campeonato da Divisão A, de Sub-18, no ano passado. Também é um grupo de elevada estatura, com mais de metade acima de 1,80m. Sobre a Suiça, dizer que está ao nosso alcance. Ainda que tenha sido a besta negra das portuguesas no ano transacto, na Roménia, acredito que temos todas as condições para ganhar. O jogo contra elas, no 2º dia, é decisivo para as nossas aspirações, no tocante à 2ª fase da competição, na medida em que são apuradas 3 equipas em cada Grupo, com os resultados obtidos entre si na 1º fase a contar.O objectivo de ficarmos nos 8 primeiros não será fácil de concretizar pelos motivos atrás apontados… mas tudo faremos para proporcionar uma surpresa. Isso passa por conseguirmos surpreender algumas das equipas do Grupo A, com quem cruzaremos na 2ª fase, embora sejam igualmente selecções fortes (Bielorússia, Alemanha e Inglaterra).