«Vamos jogar sem pressão»
O treinador espanhol, que esta época abraçou um projeto fora do seu país, está bastante satisfeito com o desempenho da equipa e da sua disponibilidade para trabalhar.

Competições | Treinadores
3 DEZ 2014
Na próxima ronda visita o Benfica, sem pressão, e não acredita que vá ter facilidades pelo facto de os campeões nacionais terem jogado a meio da semana nas competições europeias.
Como surgiu a oportunidade de vir treinar para Portugal? Mais concretamente a equipa do Sampaense Basket?
Sempre tive a sensação que mais tarde ou mais cedo acabaria por treinar em Portugal. Há 10 anos estive em negociações com o Belenenses, o mesmo ocorreu há uns 4 ou 5 anos com o Barreirense, se bem que em nenhum dos casos tivéssemos chegado a um acordo. Nesta ocasião, o meu agente falou comigo sobre a possibilidade do Sampaense, reuni-me com o Pedro Veloso, explicou-me o projeto e gostei da ideia. Tinha muito o desejo de voltar a treinar e eles ofereceram-me essa oportunidade.
Quais as primeiras impressões do clube e do jogador português?
O clube é modesto, mas trabalha diariamente no sentido de melhorar as condições que temos. Evidentemente, estar numa população pequena limita muito a possibilidade de gerar recursos. Por ela devemos tentar trabalhar melhor que as restantes equipas.
Existem jogadores com talento e clubes como o Dragon Force, que estão a fazer um grande trabalho com as suas equipa de formação, creio que é um bom exemplo a seguir para que o basquetebol português continue a evoluir.
Nota-se que no recrutamento que fez existem vários jovens internacionais. Era sua intenção trabalhar com jogadores mais novos? Ou apenas pelas circunstâncias do mercado e dos condicionalismos financeiros do clube?
Naturalmente as condições económicas limitaram-nos muito na fase de construção da equipa. Na época passada a equipa terminou a fase regular em 3º lugar, e só fomos capazes de manter o Diogo Gonçalves devido à redução do orçamento da equipa. Tendo essa condicionante, não restava outra alternativa, se estivessem dispostos a trabalhar diariamente para evoluir no seu jogo. Estou contente com a equipa que tenho e com a sua disponibilidade para trabalhar. Ainda que tenhamos que melhorar muito, tanto a nível individual como coletivo.
Que avaliação faz do desempenho do Sampaense nas primeiras 6 jornadas já disputadas da fase regular?
Creio que poderíamos ter mais duas vitórias, mas notou-se a inexperiência para que tal acontecesse. Os jogos contra o Maia e Oliveirense tivemo-los controlados, com vantagens de 12 e 18 pontos, respetivamente, e escaparam-nos. Se bem que, para ser honesto, fomos capazes de dar a volta a um encontro como aquele em que jogámos contra a Ovarense, depois de termos estado a perder por 17 pontos
Concorda com a ideia que a equipa é mais forte a jogar em casa?
Isso acaba por ser o habitual, ainda que tenha a impressão que a Liga está muito equilibrada. Pressinto que irão acontecer muitas surpresas.
Na próxima jornada deslocam-se a casa do campeão nacional. Que pontos fortes destacaria na equipa do Benfica?
O Benfica é um transatlântico nesta competição, é muito superior ao resto das equipas. Tem jogadores de muita qualidade e com muita experiência, é difícil encontrar um ponto fraco.
Acha que poderá tirar alguma vantagem do facto de jogarem a meio da semana para as competições europeias? E onde não poderá falhar o Sampaense para ser capaz de discutir o jogo com o Benfica?
É evidente que tiveram um jogo europeu muito importante, mas a diferença entre nós e eles é manifesta, tanto a nível físico como técnico. Iremos jogar a Lisboa sem qualquer tipo de pressão, para disfrutar do jogo e fazer o impossível para ganhar. Será realmente complicado, mas se tivermos uma oportunidade vamos aproveitá-la.