“Gosto de saber que posso ter um impacto positivo no desenvolvimento do basquetebol”

As funções de preparador físico na Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) levam-no a trabalhar diretamente com os jovens que frequentam o Centro de Alto Rendimento (CAR), no Jamor, e o Centro Nacional de Treino (CNT), em Ponte de Sor.

Rafael Vaz planifica e coordena o trabalho físico dos jogadores, sendo que a operacionalização é feita pelas equipas técnicas dos respetivos centros de treino.

Trata-se de um trabalho feito à distância, mas que envolve uma comunicação constante com as equipas técnicas para perceber se aquilo que se está a fazer vai de encontro aos objetivos desejados ou se, por outro lado, é preciso ajustar o trabalho com algum atleta em específico, seja uma progressão ou regressão, para o ajudar da melhor forma.

Rafael Vaz conta que também desenvolve muito do seu trabalho de forma presencial: “Periodicamente desloco-me a cada centro de treino para orientar os treinos, falar com os atletas e treinadores e com isto, perceber se os critérios de êxito definidos para aquele bloco de treino específico estão a ser atingidos e junto com a equipa técnica definir o plano de ação para o próximo bloco”, afirma.

Esta proximidade permite-lhe ter uma boa relação com os atletas, mesmo não estando tanto tempo com eles por via das suas funções. Mas mesmo assim tem uma ideia muito bem formada dos jovens que frequentam os Centros de Treino da Federação Portuguesa de Basquetebol. “Daquilo que vi até agora são todos bastante empenhados, há sempre algum mais do que outro, obviamente, mas no geral trabalham bem e gostam de trabalhar o físico. Nos dias em que oriento os treinos são bastante participativos, alguns tiram dúvidas, outros pedem conselhos, o que é bom porque significa que estão comprometidos com o trabalho”, acrescenta Rafael Vaz.

A intervenção de Rafael Vaz tem como foco a educação para aquilo que é ser um atleta de alto rendimento. “Acima de tudo tenho como objetivo que, a longo prazo, adquiram hábitos de alto rendimento. E com hábitos de alto rendimento refiro-me ao cuidado com o seu corpo: terem rotinas ao longo do ano de treino físico e desenvolverem bons hábitos de sono, nutrição e hidratação”, diz o preparador físico.

Nos primeiros meses desta época os objetivos da planificação passavam por desenvolver a capacidade de trabalho dos jogadores, fazendo uma transição progressiva da carga de treino do verão para a carga de treino no CNT; mitigar dores agudas provenientes da época anterior ou do verão e ter domínio dos padrões básicos de um variado número de exercícios. Agora, diz Rafael Vaz, “já com os padrões adquiridos e algumas dores eliminadas estamos focados em desenvolver diversas capacidades físicas. Se algum destes atletas que agora forma parte dos CNT, daqui a dois ou três anos, mantiver ou desenvolver estes hábitos, será a minha maior satisfação, porque isso significa que realmente tivemos um impacto positivo na sua vida desportiva a longo prazo”.

Ser preparador físico e estar ao serviço da Federação dá a Rafael Vaz um estímulo acrescido. Sem hesitações, conta: “O que me move diariamente para o trabalho que desenvolvo na FPB é saber que posso ter um impacto positivo no desenvolvimento da modalidade, não só diretamente nos atletas como também nos seus treinadores, diretores e pais, fazendo com que cada vez mais se desenvolvam, por todo o país, hábitos de treino das capacidades físicas. O meu maior sonho, a nível profissional, seria talvez trabalhar numa equipa de basquetebol de uma universidade americana. Por toda a envolvência do basquetebol universitário e porque é uma fase da vida e do desenvolvimento do atleta crucial para a sua carreira a longo prazo”, finaliza.