João Santos: «Preparados para ir à luta»
Em vésperas de iniciar uma inédita participação na Taça Vítor Hugo, a equipa açoriana, campeã da 1.ª Divisão e promovida no final da época passada, está a postos para iniciar mais uma temporada.
Competições | Treinadores
28 SET 2013
O plantel não está recheado de estrelas, mas as jogadoras que lá moram conhecem as dificuldades e no final, como explica o técnico, o importante é que saiam de cada jogo com “a sensação que fizeram e deram tudo para vencer”. Leia a entrevista nos detalhes desta notícia.
Qual foi o impacto da vossa subida à Liga na ilha de S. Miguel?O grande impacto será mais no meio do Basquetebol, pois haverá a possibilidade de ver as melhores jogadoras que atuam em Portugal a jogar em São Miguel. E claro, as entidades privadas poderão começar a olhar para o basquetebol de outra forma e mais apoios poderão surgir, o que irá também depender da visibilidade que a prova terá a nível nacional.Esta subida foi o culminar de um projeto sustentado definido pelo clube?O clube na temporada transata ficou com os direitos no União Micaelense e inicialmente o objetivo não era subir, mas, com o recrutamento de duas atletas estrangeiras e com o crescimento das atletas mais jovens do clube durante a prova, redefinimos os objetivos iniciais e a subida passou a estar no nosso horizonte. Felizmente, além da subida, conseguimos a conquista do título da 1ªDivisão Feminina.Sentem dificuldades no recrutamento de atletas?A nossa grande dificuldade é manter cá as jovens da nossa formação, pois a maioria segue o seu percurso académico no continente português. Em relação às poucas atletas profissionais portuguesas que existem hoje em dia, é muito difícil recrutar, devido à conjuntura económica atual do país que não nos permite ter grandes apoios financeiros para isso acontecer. Quanto às atletas não profissionais, a maioria está estudar em grandes centros, como Lisboa, Porto, Coimbra e Aveiro, ou a trabalhar, conseguindo conciliar com os treinos e jogos. Dificilmente essas atletas vão abandonar as suas atividades para se deslocarem para São Miguel para jogar. Acredita que a equipa poderá ser competitiva neste ano de estreia naLiga?Estamos e vamos trabalhar para que a equipa seja competitiva em todos os jogos. Temos os pés bem assentes no chão e sabemos das dificuldades e do poderio dos vários adversários, mas acreditamos no nosso trabalho e estaremos preparados para ir à luta em todos os jogos.Sendo um dos responsáveis pela equipa, o que vai exigir das suas atletas nesta Taça Vitor Hugo? O que nós pedimos às atletas nesta e em qualquer competição é que cheguem ao fim de cada jogo com a sensação que fizeram e deram tudo para vencer. Nota a equipa ansiosa ou nervosa agora que a competição está tãopróxima?Não, a equipa está muito tranquila e com muita vontade de começar a competir.Com que objetivos partem para esta primeira prova oficial?O discurso mais fácil seria desculpar-nos com o facto de que as equipas que vamos defrontar têm mais recursos que nós, que são equipas mais experientes, que estes serão os nossos primeiros jogos da temporada (pois não tivemos oportunidade de fazer jogos de preparação), que as atletas ainda não conseguiram treinar todas juntas. Mas não vale a pena estarmos arranjar desculpas. Temos que arranjar é soluções e a nós cabe-nos trabalhar sempre mais e melhor. Quem trabalha a este nível tem que trabalhar sempre para vencer o próximo jogo. Respeitamos os adversários, sabemos da sua qualidade, mas nós entraremos campo para os tentar vencer.