“Voltar a entrar nas quatro linhas seria incrível”

Três meses depois do seu último jogo, a equipa do CAB continua sem saber quando voltará a jogar

FPB
27 JAN 2021

A COVID-19 tem afetado equipas e clubes de norte a sul de Portugal, passando pelas ilhas, e em todas as divisões . A equipa feminina do CAB Madeira foi uma das mais afetadas, e depois de três meses sem poder jogar, continua sem saber quando poderá voltar à competição.

A 25 de Outubro de 2020, o conjunto madeirense venceu a Quinta dos Lombos por 82-81, numa partida a contar para a Liga Skoiy. Pouco tempo depois, a equipa recebeu a notícia de que não poderia jogar devido às decisões impostas pelo governo regional: “Nós aqui na região, tirando as equipas de futebol da Liga, o Madeira SAD e o CAB SAD, nenhuma equipa feminina foi equiparada a equipa profissional como foi no continente, e por isso não temos autorização para jogar”, afirma Fátima Silva, treinadora da equipa feminina do CAB.

Nike Mcclure, poste norte-americana, afirma que não tem sido fácil aguentar os últimos três meses: “Tem sido uma montanha-russa. Obviamente, é uma situação muito cansativa quando só treinas e não sabes quando vais jogar de novo, porque já se passaram três meses desde que jogámos”.

Sem poder jogar de forma oficial nem realizar jogos de treino, a equipa do CAB tem tentado encontrar outras formas de manter os seus índices físicos nos níveis necessários para competir, assim que seja possível. “Nós podemos continuar a treinar, estamos todas a treinar. Não temos COVID, não temos nada, é batalhar todos os dias. Treinamos muito mais do que é normal e é assim que nos aguentamos”, atira Carolina Bernardeco, base portuguesa que chegou este ano ao Funchal.

“Começámos a época e não começámos mal. De repente dizem que não podemos jogar durante 30 dias. Nós pensámos “ok, a situação está má, vamos esperar os 30 dias e depois eles provavelmente vão-nos deixar jogar”. Assim que chegou aos 30 dias, nós tínhamos tudo preparado para ir ao continente fazer seis jogos em dez dias e íamos mais ou menos acabar a primeira volta, e foi bastante frustrante quando nos disseram que não podíamos jogar”, confessa Bernardeco.

Tanto tempo sem jogar acarreta uma série de complicações físicas e psicológicas. A incerteza constante de não saber quando regressará a competição torna impossível qualquer tipo de planificação, como conta Fátima Silva: “É impossível planear seja o que for sem saber em que data poderemos jogar. Uma equipa de formação é diferente, na formação podemos trabalhar de forma contínua. Numa equipa de competição nós trabalhamos para competir, preparando os jogos em função dos adversários com quem vamos jogar.  Sem jogar, fica difícil planear seja o que for”.

Apesar de ainda não terem nenhuma indicação de quando – ou se – vão regressar à competição, a atleta norte-americana afirma que o grupo continua unido e focado no objetivo: “Eu sei que há jogadoras que precisam da minha ajuda e da ajuda das minhas colegas. Estou só a tentar ser o mais útil possível, o mais feliz possível”.

A base portuguesa e internacional jovem por Portugal termina com algum otimismo: “Poder vestir o equipamento, poder voltar a entrar nas quatro linhas, seria incrível. O esforço vai ser enorme, como é óbvio, vão ser jogos difíceis, mas havemos de nos desenrascar”.

A Federação Portuguesa de Basquetebol está a aguardar o agendamento de uma reunião com os responsáveis do Governo da Região Autónoma da Madeira, para abordar esta situação, assim como as dos restantes clubes.

FPB
27 JAN 2021

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