Uma final como nunca se viu… vista à lupa

Comentadores FPBtv analisam final da Liga Betclic Masculina

Competições
3 JUN 2023

SL Benfica e Sporting CP vão protagonizar a final da Liga Betclic Masculina, disputada à melhor de cinco jogos, com a primeira partida agendada para este domingo (19h, transmissão na FPBtv, cujo acesso é gratuito, e na RTP2).

A FPB falou com três treinadores portugueses – Mário Matos, Rui Gomes e Miguel Tavares -, que comentam jogos do principal escalão do basquetebol nacional na FPBtv, sobre a final que coloca frente a frente os rivais de Lisboa.

“O Benfica é uma equipa mais equilibrada e cerebral, que procura muito as vantagens com os seus jogadores interiores, para desequilibrar as defesas adversárias e libertar o seu jogo exterior, ao contrario do Sporting, que vive muito da capacidade criativa de LoVett Jr.”, diz Mário Matos, que acrescenta que SL Benfica e Sporting CP “são duas equipas que gostam de defender para sair a correr, de forma a castigar os turnovers do adversário, e nesse aspeto o Sporting é uma equipa mais física e mais forte mentalmente, aproveitando os parciais positivos para causar muita instabilidade emocional nos adversários”.

Por sua vez, Rui Gomes diz que há pontos em comum nas duas equipas. “O que une Benfica e Sporting? A capacidade de jogarem num ritmo alto, a eficácia do lançamento de três pontos, o enorme atleticismo – ambos os treinadores rodam muito bem o plantel, de forma diferente, o que estica o plantel a muitos jogadores -, e dois excelentes treinadores, muito criativos, que nos podem brindar com surpresas táticas especialmente a nível defensivo – uma zona mista, uma zona press, com variantes -, o que não quer dizer que não possam aparecer ideias novas também no ataque – novas combinações de bloqueio direto, por exemplo”.

Rui Gomes lembra, no entanto, que também há características que separam os dois conjuntos: “O Benfica é muito mais seguro na posse de bola, mas o Sporting é muito mais imprevisível no exterior e versátil no interior”. O treinador e comentador sublinha, também, que o Benfica conta com a “experiência no campo e no banco”, enquanto o Sporting prima pela “irreverência”.

O xadrez dos treinadores Norberto Alves e Pedro Nuno Monteiro é destacado igualmente por Mário Matos. “Em termos defensivos, o professor Norberto implementou uma maior utilização na defesa de variantes táticas, incluindo vários tipos de defesa zona, na tentativa de não deixar os adversários adaptarem-se ofensivamente. Mesmo assim, olho para a equipa do Benfica e não vejo alguém que possa ‘agarrar’ o LoVett Jr., e na equipa do Sporting vejo maior capacidade de parar o jogo exterior de Toney Douglas e Aaron Broussard”, salienta.

Já Miguel Tavares acredita que o jogadores grandes podem ser determinantes na decisão desta final. “Joshua Patton é a referência ofensiva interior dos leões. É agressivo a rolar para o cesto após bloqueio direto e acaba por criar espaço para os lançadores do Sporting ou para as entradas em drible de LoVett Jr., por isso estou curioso para ver como é que o Benfica vai tentar contrariar a agressividade de Patton sem bola. Do lado do Benfica, Terrell Carter II representa a capacidade de castigar os adversários nas áreas próximas do cesto e será uma das principais armas para atacar as trocas defensivas que o Sporting faz tão bem. Acredito que o Benfica queira baixar o número de posses de bola do Sporting e, para isso, Carter vai ter um duplo papel: pode ser explorado nas posições interiores para gastar mais tempo de ataque, mas também garantir que Patton não entra no ressalto ofensivo com tanta facilidade e assim garantir que os leões não terão posses de bola extra”, afirma.

Rui Gomes lança as chaves para cada uma das equipas estar mais perto do sucesso: “Para o Benfica, reduzir os contributos de LoVett Jr., defender bem todo o bloqueio direto, mas em especial o desfazer curto (Short Roll), adaptar-se às constantes mudanças que o Sporting faz dos jogadores e do tipo de formações que estão em campo, e aceitar mentalmente a intensidade e a dureza do jogo. Do lado do Sporting, é decisivo conter Broussard, especialmente na transição e no bloqueio direto, reduzir a importância ofensiva de Carter no jogo de meio-campo através da versatilidade de Patton, Fernandes e Armwood e da verticalidade dos exteriores em bloqueio direto. E ainda esperar que Travante, Ventura, Monteiro, Polanco e Araújo estejam inspirados dos 6,75 metros, e encontrar o ritmo certo”, refere.

E Mário Matos não tem dúvidas sobre o factor que vai decidir esta final. “O campeão vai-se decidir na defesa e terá vantagem a equipa mais equilibrada emocionalmente”, termina.

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